Não precisava saber se havia sentido tamanho de uma solidão sexta à noite
mais fácil foi desenhar as flores que nascerão e que breve, breve, comeríamos
sentir a presença sem lugar,
saber do lugar sem presença,
girando a fechadura, ocupando buraco por onde se vê
pra chegar ao cômodo comum
se houve algo quente, terno
ou uma face do beneficio (&) da dúvida,
nova e bem feita
cama
trapos que não cobrem um corpo
só
deita
esquece
Sabor em palavras sem adição de açúcar
29 de abr. de 2016
15 de ago. de 2015
not falling
silenciosa, simultânea, singular
digo para mim
meu mais sonoro sim
https://www.youtube.com/watch?v=4K5h1-ll7_A
digo para mim
meu mais sonoro sim
https://www.youtube.com/watch?v=4K5h1-ll7_A
1 de jul. de 2015
rabiscos sobre embalagens, rótulos e papeis assumidos (ou reflexo da imagem construída)
Você não estava morta nem nada, estrangeira nem nada, realidade adversa nem nada. Você estava vivinha na noite que eu escolhi pra dançar. Uma sombra, um traço.
Pinto a boca de vermelho, forma fácil e instantânea. Cada pigmento arrastado na pele. Entreaberta, antiga, coagulada. Tingia falseando a marca entreaberta e o ardor.
Aquela presença apresentou uma solidão menos palpável, menos possível e mais des-espero.
Máscaras, orgulho - versão cruel, mesquinha, pequena .
Ensinou-me a odiar, mesmo feito um bem imenso - afinal, se quer bem saber.
É uma dor tão bem cultivada pra tão pouca história, mas não vou me fazer de rogada.
Naquela noite vi, não consigo te transpassar.
Muita mesquinhez
de minha parte,
a propósito.
Hoje quase mataram a árvore de meu pai, tenho o corpo enfermo e passos que vão calçados.
Hoje talvez fosses companheira de um discurso que foge o conforto das amizades, a efemeridades dos afetos, as melhores respostas das velhas canções.
Hoje quase mataram, o vento de minhas noites.
Se você bem entende, depois daquela viajem tem sido mais díspar confiar.
Pinto a boca de vermelho, forma fácil e instantânea. Cada pigmento arrastado na pele. Entreaberta, antiga, coagulada. Tingia falseando a marca entreaberta e o ardor.
Aquela presença apresentou uma solidão menos palpável, menos possível e mais des-espero.
Máscaras, orgulho - versão cruel, mesquinha, pequena .
Ensinou-me a odiar, mesmo feito um bem imenso - afinal, se quer bem saber.
É uma dor tão bem cultivada pra tão pouca história, mas não vou me fazer de rogada.
Naquela noite vi, não consigo te transpassar.
Muita mesquinhez
de minha parte,
a propósito.
Hoje quase mataram a árvore de meu pai, tenho o corpo enfermo e passos que vão calçados.
Hoje talvez fosses companheira de um discurso que foge o conforto das amizades, a efemeridades dos afetos, as melhores respostas das velhas canções.
Hoje quase mataram, o vento de minhas noites.
Se você bem entende, depois daquela viajem tem sido mais díspar confiar.
5 de set. de 2014
reticência
distancia revela suspiros
alguns sorrisos
e olhar sereno
só o silêncio diz que não vem,
mas na próxima quinta-feira
ou então nunca
será num dia que se sai
precisamos de mais alguns metros
segundos
quem sabe um pouco de caos
alguns sorrisos
e olhar sereno
só o silêncio diz que não vem,
mas na próxima quinta-feira
ou então nunca
será num dia que se sai
precisamos de mais alguns metros
segundos
quem sabe um pouco de caos
12 de ago. de 2014
Pra gente criar um ninho
- Pra gente criar um berço tem que sobrar um pouco. Rir sem ter certeza da piada, contar a história sem dizer nada. Tem que esperar nascer o dia. Tem que entender, tem que crescer. E tem que entender que não entende. Só as palavras amarram, Albertina. Só as palavras amargam. Nada amarra, nada amarga. Palavrar é desenhar vento e a mudança: é tudo e nada. Ai, a gente acha um ninho... bem paradinha (só pra entender). Junta os fiapos, guarda a coisa bonita. Se não a gente congela ou desatina: vira coisa seca, rancorosa e carrancuda. Me prometa, minha menina, que sua vida você vai bordar d'outro jeito. Promete? Não crie seu berço em mim, nem nele: seja sua. E como faz pra não secar? Ah, minha menina, não chore não... ou melhor, chore. Até ver bem pertinho que tudo é em vão. Pra gente não secar tem que ser maior que o medo, botar rédea nele e não deixar que ele nos dê conselho, nem de morte nem de vida
6 de jul. de 2014
dos encontros que pensamos
dos encontros vivídos explodem outros
por vagado errado
menininha veio cá
puxar saia
dos encontros desmanchados escorrem poucos
e vontade de querer estar
é só estar, só, enterrado
dos espantos escrevemos, viraram sopro
regras do jogo
escapulido entre os dentes
sem resposta, equivoca
da menina e das palavras, viraram gosto
uma essência
que ou tempera ou exala
há quem cultive terra
há quem abrace água
há quem peça paciência
estoure a bolha errada
aí, mesmos erros
ninguém sabia farsa
agora parece desgosto
mais tarde é quase nada
Imagem: Jayson Kair
9 de jun. de 2014
escritores
escritores provam vidas para encontrar palavras
urgem
escritores provam vidas para se encontrar com palavras
urgentes
escritores provam gente para encontrar com vidas
para nada
escritores encontram gente para provar palavras urgentes
achados
sentem o gosto
atemporal, anônimo
só encontra letras
07/05/12
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