Estado entrópico que quem organiza sou eu
caos
livros, jogos, crachás, projetos
rasgados
e minha vida
desestruturada
Desde que assumi esta turma tenho voltado todas minhas energias a ela.
Não leio mais meus romances, não toco no baixo, nem curto mais minha filha.
Busco.
Sedenta.
E cega?
Tudo que ocupa minha mente é, como ser uma boa professora.
Como pegar meu sonho e transplantar pra o real.
Como dar a meus suspiros, fotografias do diário.
Só que estou mergulhada em anestesia
Estou estática, plasmada
(estou viva?)
É isso?
É este o modelo ?
Hoje foi assustador me perceber sem conseguir curtir minha filha. Exausta (mas não de energias), querendo sumir.
Ela que me via assim desgostosa da vida, veio me ajudar. Trabalhou comigo, fez por mim, me disse que eu era maravilhosa e me disse que eu precisava de uma massagem.
Massagem feita, olhos molhados: Eu estou insensível. Esqueci do principal?
Buscando um fim, eu esqueci do caminho?
Ou cai no erro de buscar o que quero
Pelo modelo dos outros?
Agora eu, a professora, a responsável por tudo isso, e passei a me preocupar apenas com esta responsabilidade? Ouvir só o que estava errado (ouvido seletivo pessimista?) e esqueci do que me trouxe até aqui(?).
Os carinhos de Lara me lembraram bem, não é este o caminho.
Não é á dureza ao que me proponho.
Eu não ensino, não sou eu quem diz:
É a suavidade de uma criança que ainda é terna, e com quem, num repente vejo que tenho tanto por aprender.
Obrigada também a Célia que mesmo tão calada vem sempre falar de sua vida e suas questões tão cotidianas, pelo espaço que me destes. Você que me lembra tanto quem fui um dia.
Evitemos expectativas, apenas buscando nossos ideais com a serenidade de um rio que tem a simples e completa convicção de que chegará ao mar (o todo), não importa quando...
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