12 de ago. de 2010


Assim que chegara naquela praça, a garota de vermelho foi a segunda que viu dentre todas as pessoas. A sua forma demexer os pés procurando uma nova localização quando o moço perfumado abordou o amigo que tinham em comum o incomodou, principalmente porque ela simplesmente se relocalizava sem permitir o menor contato. Pertencia ao mesmo grupo do amigo que veio encontrar, entendeu. E era algo estranho aquela presença que nem o fitava, nem se apercebera dele.


Dalí todos partiriam para um lugar agradável de conversar e antes de entrar no carro o rapaz estava estranhamente nervoso e incomodado. Era uma situação corriqueira, jovens conversando sem joguetes e sem maiores pretensões. Não havia porque estar assim.

Sempre teve sua liberdade solitária. Conversar com garotas muito o agradava, mas só quando a conversa era aberta e sem segundas intenções. Todos seus amigos, ao contrário, concordavam que esse era uma dos seus grandes truques. Ele sabia que não. Gostava das coisas limpas e só ele sabia quando havia uma intenção em segundo grau, as coisa ficavam bem menos fluidas.


As garotas boas de conversar eram as que tinham uma conversa não afetada (sem joguetes de sedução, ou estarem com o pensamento de que 'ele está na minha'). E como seu obejtivo era mesmo o de diálogo ele não se agradava pelos seres de olhos pestanejantes e de cabelo sempre arrumáveis. Gostava das meninas que traziam novas formas de perceber as situações e as suas pequenas histórias a partir de um mundo diferente do másculo-racional.

Já as do tipo ele-dirige-a-atenção-para-mim-porque-eu-sou-bonita são bem insurportáveis. Melhor era olhar prolongadamente à distancia, tecendo sobre elas uma poética, uma mística que segundo o que ele comprovara, era desencantada quando acontecia o diálogo.
Sendo assim, preferia tê-las como personagens sexys de comics.


Era um rapaz um tanto habilidoso, já se via. Também não fazia o perfil tímido.
O que estava mexendo com ele?


Havia alguma coisa diferente. E ele, inspirado por alguma lenda de suas amigas sobre uma história de pele, enconstou seu braço ao dela quando iam no carro. Não foi um ato percebido, tamanha a inocência que tinha.


Muitas conversas foram entrançadas. Até que aconteceu um sorriso dela e um medo dele.

Estava explicado. Só que esse explicação não dá pra descrever aqui.
É uma certeza que só a gente tem
e mesmo que queiramos nos enganar,
estamos com ela,
bem certa.


A noite passava e ele mesmo conversando normalmente, se sentia muito delocado sempre que a menina voltava a sorrir.


E assim esse sorriso foi gravado e o perseguiu pela noite. Em sonho conversaram longamente. E acordou assustado.


No outro dia, teve a certeza que não ia se aproximar dela. Era perigosa demais. Transpassava sua lógica.



Passaram-se dias e numa viajem ele a reviu.
E persistia um extranhamento ao vê-la ao lado ou distante.
Sondava-a, a localizava para ter o conforto de saber que se aproximava
e ele deveria disfarçar. Aquilo tudo era muito infantil para uma rapaz de sua idade.


Não conseguia sustentar o olhar quando os olhares se cruzavam.
Estava sendo um menino, mas não podia não ser.




em: 16.03.2010

2 comentários:

  1. Belo, muito belo...

    Outros pontos de vista dos nossos sentimentos...

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  2. achei ingênuo... mas feminino demais... se voce fosse um homem e tivesse escrito isso eu ia gostar mais, engraçado né? superficial da minha parte, eu entendo :)

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