12 de out. de 2010

público vulgar

os elementos textuais estavam espalhados pelas margens e isso já me indicava que eu não teria como elaborar sobre um foco
é difícil perceber o que está fora do foco
as pessoas ficavam confusas
minhas idéias não chegariam a lugar nenhum, tenha certeza

resolvi ficar com o áudio
a as imagens das pessoas que iam e vinham
lembrei de como eu gosto de vê-las
e d'alí
do meu espaço de público de teatro contemporâneo
eu tenho toda a liberdade pra isso

este espaço também seria um espaço tão especial para o inicio de um romance
cabia num curta
(parece que grande parte da minha energia gasto mesmo com romances, é inevitável)
e seria assim:
ele sentado num canto e ela chegaria puxando assunto

mas que coisa óbvia
ela sempre quem começa tudo
?
É.

no meu espaço de público do teatro contemporâneo
eu pude caminhar invisível
ninguém viu que eu estava feia nem bonita

caminhei treinando os três pontos de energia que eu tanto gosto
sentindo eles
andava entre estranhos
no escuro
bem próximo
e ninguém me via

estavam todos no sonho
eu estava num palco
andando tão perto
(e ninguém me via)

Um comentário:


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Sem açucar, com afeto.