16 de mar. de 2011

Passou na tv


Calamidades são fatalidades e dignas de ser vistas, chocam e paralisam.
Doem.
É, podia ser comigo.
Não tiro a dor de senti-las mas, posso ser sincera? Elas não me motivam.
Elas não se alojam no meu pensamento.
Fatalidades não são meu forte.


Por outro lado há algo que me tira o sono.
E do despertador das 5:00 até a hora que a cabeça se permite descansar aquelas situações que estão tão bem colocada nas estruturas e tão mastigadas nas teorias sociais, não me descem.
O que me move a mente é que, ainda não sei bem o porquê, eu não consigo aceitar tudo como dado, posto, acabado.
E são tantas as injustiças que passam batido pelo dia-dia do 'a vida é assim mesmo' .

-É a vida.
E a vida vai seguindo enquanto cada um luta por assegurar a sua. Afinal, cada um que busque suas melhoras, não é mesmo?


Enquanto o homem busca conquistar o seu espaço, seu perfume importado, sua casa na praia, ele nem percebe que o seu novo jeans é o mesmo tanto de dinheiro com o qual muitas familias sobrevivem.

Esquece também que sobreviver é bem diferente de viver (mas a vida é assim mesmo).

E que esta familia não terá uma condição digna de existência (mas já estão amortecidos).

- Você julga muito rápido. Pergunte pra eles se são felizes.
- E que outras respostas eles poderão dar? Não eu não sei mais que eles, mas de algum lugar bem distinto de todo esse relativismo, sei que esse 'respeito' todo dá uma boa liga no caldo da desigualdade.


Mas, voltemos nossos olhos ao Japão, às chuvas do Sul.
Vamos continuar nossa sensação diária de impotência e deslumbramento junto à aquela que nos acompanha todas as noites:
"Tenho pavor das calamidades (e nada posso fazer a respeito.) Mas mudando de assunto, você viu como são lindos os sapatos chiquérrimos da Débora Secco? Ela está mesmo deslumbrante nessa novela!"

Ainda na idéia, vejam:

Quedê minha fatia do filé?

3 comentários:

  1. Viver e existir
    Existir e respirar

    são coisas diferentes...

    fico feliz que tenhas te inspirado no significantes!

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  2. Viva a Mídia da Catástrofe, da epidemia das gripes apocalípticas, dos grandes espetáculos da trajédia!

    Viva a Mídia Corporativa que a cada palavra, cristaliza o status quo com o maior empenho possível!

    Viva a ficção da realidade que nos levam a acreditar que todos os problemas e desafios da humanidade são grandes demais para nós e não há nada a ver senão assistir tevê e pagar as contas...

    Viva e morte!

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  3. hoje descobri suas palavras...
    hoje assisti tv...
    hoje descobri outra parte de mim em vc.
    tão diferentes e tão semelhantes.
    tão únicas

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Sem açucar, com afeto.