Fazedores de média são todos aqueles que se acostumaram a engolir sem digerir ao mesmo tempo que sorriem com cuidado pra não deixar nenhum alface nos dentes. Seu esforço em ser agradável vai contra sua própria natureza que com tudo, tudo se abala pois sua polida habilidade em agradar pessoas não surge da capacidade que desenvolveram em compreender a diversidade de expressões e singularidades humanas, não, surge da necessidade dos próprios fazedores de média se firmarem na sociedade hipócrita como "ótimas pessoas". O que considera-se mais interessante destes Indivíduos* é que têm uma tremenda energia, pois precisam a todo instante conter seu fôlego, sua postura e suas idéias (?) em prol da polidez da boa convivência, de que é agradável. Não se permitem fazer nada que não seja moralmente dúbio ou mesmo passível de interpretação: parecem bastante com os protagonistas de novela que nada têm de questionável, tampouco verdadeiro.
Mas a maior preocupação que se têm com relação aos Fazedores de Média é que sua missão de vida em prol do modelo Sandy não se limita a suas próprias vidas. Não saberíamos dizer se pelo dogmatismo em crer que são realmente as melhores pessoas do mundo, ou pela inabilidade em compreender qualquer personalidade que não seja plana e previsível como a sua própria, os fazedores de média desgastam suas vida tentando moralizar as diversas e singulares existências com suas certezas e com apostolados sobre o superior brilho de óleo de peroba em ser um fazedor de média. Para eles não importa se é a razão ou a emoção que conduz uma atitude, uma ideia, uma vida... importa-se de fato com as impressões que serão deixadas com isso e como eles próprios não conseguem desconstruir sua conduta agradável, não buscam desenvolver sua faxina moral ante os impuros que os agridem, mas construindo complôs adolescentes dignos do enredo de Malhação ou do BBB.
Não é difícil encontrar Indivíduos desta espécie, já conseguimos recolher amostras significativas em famílias, universidades, ambientes de trabalho e mesmo numa rápida passagem pela rua. Saiba que suas tentativas de dialogar com qualquer um deles é vã: para eles só há uma verdade. Em não sendo precavidos, facilmente seremos persuadidos a crer que os critérios da AAMEBC (Associação de Análise da Moral e Bons Costumes) são válidos para qualquer coisa que seja ou que fazem alguma diferença em nossa vida.
*- O termo Indivíduo encontra-se aqui não como termo que designa uma expressão da subjetiva singularidade humana. Os Indivíduos são considerados uma manifestação de humanidade que ora crer possuir poderes divinos - onipresença, onipotência e onisciência, e ora crê ter O "poder legitimo" da lei e assim, pode padronizar,regulamentar, julgar e punir vidas que por ela passam assim tão displicentes. Os Individuos têm como ponto único de análise suas ideias tacanhas e acreditam irredutivelmente que o mundo gira em torno de seus umbigos.
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