ele a chamou de amor num outro idioma latino. ela aceitou. fez um pequeno silêncio, aceitou.
é um outro idioma. é latino mas de outra parte do planeta. e essa coisa das origens das línguas sempre faz com que se sinta conectada e a pensar nos povos bárbaros, anglo-saxões e aquelas missas em latim. e que um dia as pessoas estavam assim, rezando em latim. dominum num sei quêun, aaaaameeeem. o padre rezava de costas. o irmão, a mãe e outros parentes vivem falando estas frasesinhas e dizendo aaaameeeeeeeem.
o idioma estrangeiro disfarça. honestidade embaçada, possível ou pelo menos sustentável pra se poder dizer. e pra não dizer amor, em bom português ou mesmo bem-querença em um fraco neologismo anoderstinado.
mas pra não dizer aquilo que quase explodiu com o gozo, pra não deixar jorrar o que escorre, pra não colocar em palavras o risco assumido, de que não se compreenda o que se sabe, diz o vocativo nos bipes de bom dia.
é o que pode, e até onde vai o que verbaliza. o mais que fica, deixa guardado. um dia entrega.
não há de mofar, não há de gastar. um dia ela entrega.
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