1 de jul. de 2015

rabiscos sobre embalagens, rótulos e papeis assumidos (ou reflexo da imagem construída)

Você não estava morta nem nada, estrangeira nem nada, realidade adversa nem nada. Você estava vivinha na noite que eu escolhi pra dançar. Uma sombra, um traço.

Pinto a boca de vermelho, forma fácil e instantânea. Cada pigmento arrastado na pele. Entreaberta, antiga, coagulada.  Tingia falseando a marca entreaberta e o ardor.

Aquela presença apresentou uma solidão menos palpável, menos possível e mais des-espero.
Máscaras, orgulho -  versão cruel, mesquinha, pequena .

Ensinou-me a odiar, mesmo feito um bem imenso - afinal, se quer bem saber.


É uma dor tão bem cultivada pra tão pouca história, mas não vou me fazer de rogada.
Naquela noite vi, não consigo te transpassar.
Muita mesquinhez
de minha parte,
a propósito.


Hoje quase mataram a árvore de meu pai, tenho o corpo enfermo e passos que vão calçados.
Hoje talvez fosses companheira de um discurso que foge o conforto das amizades, a efemeridades dos afetos, as melhores respostas das velhas canções.
Hoje quase mataram, o vento de minhas noites.

Se você bem entende, depois daquela viajem tem sido mais díspar confiar.

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Sem açucar, com afeto.