Se as cartas têm destinatário, como remetê-las? E se não há melancolia, nem nem assaltos da vontade só certeza do vazio. Sublime vazio, zen. Não vejo canetas em seu quarto, só marcas no corpo e distancia nos seu olhos de rosas vermelhas. Não, os ventos não vão me atacar por que Rio. Rio, porque sou de Rio e que deságua, sabes bem onde. Ou evaporo, sublimo.
Saio da paisagem do supermercado e entras nas memórias em torno da lagoa. Janelas. Nas suas sempre passam aves, ou só quando te visito? Aves grandes, não sei o nome, as vezes urubus as vezes andorinhas.
E há algo que não cabe em uma estrutura de vidro ou em uma história a ser contada, é ai que fico. Ficamos. Nada a ser quebrado, nada modelado. Sem molduras, curvo. Muitos anos para dois corpos ensimesmados uma dose de água do corpo para o que não precisaria nem de silêncio dos mortos, nem de deuses da chuva.
Te guardo para um lugar imaginário, para os conselhos de boa sorte, para uma boa companhia. Te guardo uma felicidade bonita dela, aquela por quem teus olhos vacilam.
Te quero como quem é e não necessita de mar, ou de mais. Esqueça das águas dos olhos, para que me guardes num lugar onde eu me entenda. Se puder, me fale. Estou cansada de ser ouvida. E de falar. De sustentar o modelo.
Tampouco quero te chamar, Dionísio. Nem encontrei a quem dar este nome.
(Amor é quando fica, sim já leste isso. É uma costurinha mal feita de Gabo mas que estava espalhada em sua casa, em teus dias. E se sabes, eras Gabo na foto com bigode. Nele te leio, ou me aproximo.)
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