16 de jun. de 2013

Juntando escolhas.

 - Guardas muitas coisas em torno de ti. Teus livros, discos e filmes - teus quadros. Eles mostram tua energia. As pessoas querem estar ao seu lado e se encantar com o que te encanta.



Desprender do riso que outrora foi dado. O que já não é paisagem torna-se passado, é passagem
A embriagues covarde do vicio na esperança. No outro dia?

A casa continua com o mesmo amanhecer e as pessoas ainda não se vêem de frente.

Muitas coisas não cabem na mochila e quando o desejo vem, ficam pelo canto da casa e da pele. A lembrança é uma jovem que continua inconsequente e vaidosa.Parece que tem muito troço, muita coisa pra botar em algum lugar. Cada categoria, pastas e caixas. Muita tarde com compromisso, exame, diagnóstico, teóricos, projetos, cervejas, mal-entendidos e revista sobre os famosos na sala de espera. Falta vazio?

Sobra tanto disso-daquilo, como se a presença garantisse a vida. Presentes antigos, livros que não foram lidos, um dia serão? Perfumes de um fevereiro que saíram dos planos, incensos guardados e dois anéis que deve andar com gnomos, aparecem sem ser convidados. Borboletas que já não voam, cadernos molhados. Um monte de buraco em cada pedaço. Perde outra vez o RG. O que não se deixa ir, fica e perde qualquer possibilidade real além de assumir-se como uma coisa que ocupa um canto.

Num terreno abandonado uma vida desdobra-se para além da umidade com talos retorcidos e poesia muda. Sem pedir licença, sem burocracia. Vai, sem publicidade.
Dentro da casa, a umidade fede e o esforço para manter ou mudar, cansam os braços e os abraços.
Mais um dia passa. Outra semana, mais de ano. A velha da casa fechada não pretende simpatia, só paz de espírito. Nunca soube o que quis e manteve o olhar no passado. Jogar metas sobre os outros parecia a ela um tanto injusto e pela sua calma, tomava chá no cair da tarde. Abandonava metas para uma outra estrada. Sair dos jogos como jornada.


06/06/13


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Sem açucar, com afeto.